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Pe. Valmir Galdino - Juventude

27/03/2012 19h24

Quaresma: tempo de mortificação

Devemos tomar consciência que quaresma é, sem sombra de dúvida, tempo de penitência, mas também de mortificação. É necessário fazer morrer, dentro de nós, as atitudes que nos afastam da comunhão com Deus e com os irmãos.


Com a graça de Deus estamos, nós cristãos católicos, vivendo um tempo sublime e santo, o tempo da quaresma. Quarenta dias que nos unem mais a Cristo pela via da oração, da penitência, do jejum e da comunhão fraterna. Vias de mortificação.

Na quarta-feira feira de Cinzas, nós, Igreja de Cristo, rezávamos: “oferecendo-vos este sacrifício no começo da quaresma, nós vos suplicamos, ó Deus, a graça de dominar nossos maus desejos pelas obras de penitência e caridade...”. Sim, foi isto que pedíamos, rezando ao Senhor, a graça de dominar as nossas muitas más inclinações, os nossos diversificados vícios. Nessa oração, nos comprometíamos em tentar, em querer fazer um caminho de muitíssimo sacrifício, um caminho de mortificação.

Deste modo, devemos tomar consciência que quaresma é, sem sombra de dúvida, tempo de penitência, mas também de mortificação. É necessário fazer morrer, dentro de nós, as atitudes que nos afastam da comunhão com Deus e com os irmãos: ódio, ressentimento, as mágoas, o orgulho desmedido, a impureza que brota dos nossos pensamentos, palavras e atitudes.

Eis portanto, também, a grande palavra de ordem para o tempo quaresmal, mortificação. Pois é preciso, para uma verdadeira comunhão com Cristo, morrer, todos os dias e instantes de nossa vida, para o pecado. Lutar para arrancá-lo da vida e de nosso meio, pois assim nos ensina o salmista (24,17-18): “Livrai-me, Senhor, das minhas aflições, vede minha miséria e minha dor; perdoai todos os meus pecados”.

Todos os dias precisamos, rezando, perceber e reconhecer as nossas fraquezas. Todos os dias precisando pedir perdão, dizer como o autor sagrado: “tende compaixão de mim,ó Deus, e libertai-me!” (Sl 25,11). Todos os dias devemos querer a graça de Deus para fazermos e agirmos segundo o doce e suave Coração divino.

Tudo isso não é tarefa fácil. Pois a vida, vida cristã, é uma luta constante, de todos os dias. E é nessa vida de todos os dias que precisamos mortificar as paixões, ou seja, as más condutas. É tarefa árdua, difícil, mas que nos dá a certeza de uma ressurreição segura, serena, forte e eterna.

Assim rezamos no V prefácio da quaresma: “Vós reabris para a Igreja, durante a Quaresma, a estrada do Êxodo, para que ela, aos pés da montanha sagrada, humildemente tome consciência de sua vocação de povo da aliança...”. Pronto, somos povo da aliança. E a nossa batalha é contra o pecado, contra o mal que tentar de muitas formas, jeitos e trejeitos nos devorar, nos fazer quebrar a aliança de amor com Deus. A nossa luta é diária, pois se somos de Cristo, devemos, por meio de obras santas, mortificar, verdadeiramente, tudo aquilo que nos impede de estar junto à “montanha sagrada”, isto é, junto a Cristo.

Portanto, ainda dá tempo de desejar caminhar com Cristo num caminho de mortificação das nossas misérias; ainda dá tempo de desejar o céu por meio da abstinência, jejum e sacrifício; ainda dá tempo de seguir a Cristo Jesus por meio de atitudes sérias, atitudes de conversão.

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