O que é ‘estar na moda’?
A moda, para muitos, é uma forma de se
integrar à sociedade ou pertencer a um determinado grupo. É comum
ouvirmos: “Vou comprar porque está na moda” e “Vou usar porque está na
moda”. Dessa forma, as pessoas vão, ora se diferenciando, ora se
associando a certos padrões de vestimenta e comportamento.
Quando falamos de moda estamos falando
de um mundo amplo e complexo. Existe a moda dos punks, dos hippies, dos
anos 60, 80, das crianças, dos idosos, das passarelas, do Oriente, do
Ocidente, assim por diante. Certo mesmo é que o ser humano sempre
precisou adaptar seu modo de ser, de agir e de se vestir ao seu contexto
social.
Mas de onde vêm este comportamento e as tendências da moda?
Segundo o professor de moda
Raphael Finoti, a moda na vestimenta começou com os homens. “Quanto mais
se vestiam [bem], tanto mais eles eram aceitos e prestigiados na
sociedade”, revela Finoti.
A partir do fim da Idade Média a
burguesia passou a copiar o estilo de se vestir dos nobres para também
ser aceita na sociedade. A forma de se vestir mostrava a classe e o
prestígio do homem ou da mulher diante da sociedade. “Os vestidos
chegavam a pesar até 45kg e quanto maior o vestido, tanto mais dinheiro
tinha a dama”, ensina o professor de moda. Desde então, os nobres têm
ditado a forma como a sociedade deveria se vestir, já que todas as
outras classes buscavam imitá-los.
A história não mudou muito de lá para
cá. Hoje as pessoas de diversas classes sociais tentam copiar a forma de
se vestir de artistas, modelos, atores e pessoas influentes na mídia.
“Vista aquilo que te faz bem mas não fuja do que você é como pessoa”
Não importa quanto custa tal calça, tal
vestido ou acessório, na busca de se enquadrar nesta sociedade da
aparência vale “fazer das tripas coração” para não se sentir excluído.
Mas alguém pode perguntar: “Estar na
moda é algo ruim?” Não! Afinal, todos nós, de certa forma, estamos
dentro de um contexto social e, consequentemente, usamos uma moda. No entanto, não é justo que percamos a nossa liberdade – e também o nosso dinheiro – para obedecer à ditadura da moda.
Não é justo que uma pessoa, influenciada pela propaganda, gaste além do
que pode para se sentir melhor e tentar ser mais “feliz”.
Passar a usar determinada roupa ou
assumir um comportamento específico só porque o artista da novela ou
aquela cantora famosa a usa ou se comporta de tal forma é vender a nossa
liberdade.
“A roupa expõe a nossa
personalidade. Vista aquilo que você se sente bem, mas que não fuja
daquilo que você é como pessoa”, ressalta o professor.
Para o cristão existe uma moda? Sim, a
moda da consciência e do discernimento. Já dizia São Paulo “Tudo me é
permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me
deixarei dominar por coisa alguma” (I Cor 6, 12).
De fato, muitas vezes, é isso
que falta para aqueles que usam de tudo o que aparece pela frente apenas
por “estar na moda”, atender ao apelo midiático e preencher o vazio
interior.
Será que por trás daquele tipo de roupa,
da compra daquele tênis de marca, de me vestir como aquele (a) cantor
(a), não está escondido a fuga da realidade e de mim mesmo? O que estou
escondendo e, ao mesmo tempo, querendo mostrar às pessoas?
Cuidar do corpo, se arrumar, estar bem
exteriormente é sinal de saúde psíquica, física e espiritual. Devemos
cuidar da nossa aparência, sim, mas fazer disso uma necessidade vital,
uma preocupação exagerada é sinal de doença e escravidão aos padrões do
mundo. Uma pessoa não pode resumir o seu ser na estética nem buscar
nisso a sua felicidade. O segredo da beleza está numa vida cheia de
sentido.
Sabe o que realmente é estar na moda? Ser você!
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