Juventude e redes sociais

Há uma questão de fundo que deve ser considerada quando se discute o tema do desafio representado pelo modo com os jovens, hoje em dia, lidam com as redes sociais. Esta questão é cultural, chega a ser até civilizacional: a ideia de que a juventude é uma ilha e que sua orientação se reduz a si mesma. Adultos, idosos e crianças estão fora de seus domínios ou até se constituem em elementos estranhos ao seu interesse. Toma-se o caso das redes sociais, novidade da revolução tecnológica atual. Parece ser território dos jovens que é "invadido" por outras gerações. A facilidade em operá-las, evidentemente, é um patrimônio quase exclusivo da juventude, mas as redes formam um fenômeno que acolhe, com potencialidades diferenciadas, as crianças,  os adultos e os idosos. 
REDE SOCIAL É UM CAMINHO NOVO PARA SE
FORMAR GRUPOS OU PARA MANIFESTAR IDEOLOGIAS
POLÍTICAS OU RELIGIOSAS            
     


Em princípio, portanto, os jovens enfrentam o desafio de bem usar as redes sociais com a mesma e completa responsabilidade que os adultos, idosos e crianças, e a vantagem operacional não traz nenhuma vantagem moral. Os Jovens, talvez, sejam chamados a exerce uma especial função diante do caso das redes sociais justamente porque possuem evidentes condições de melhor compreendê-las e de fazer uso de suas grandes e indiscutíveis potencialidades em relação á melhoria da comunicação humana.

Rede social é uma das manifestações mais recentes da chamada revolução tecnológica da comunicação, representada pela internet. É um caminho novo para se formar grupo de amigos, de colegas de profissão, de pessoas ou para manifestar ideologias politicas  ou religiosas. Uma rede social tem se tornado, cada vez mais, uma referência para o entendimento do que é e do que pode representar todas as outras: o Facebook. Sua história já foi devidamente contada pelo cinema com a sugestão de que o caso se parece situação brasileira de muitas marcas que se tornaram sinônimo de produtos no Brasil, como por exemplo: Palha de aço com Bombril. Rede Social e Facebook parecem repetir o mesmo esquema.
Outra rede social, no entanto, tem chamado a atenção no ambiente de Igreja: o Twitter. Tudo está ainda sob o embalo da adesão do Papa (Emérito) Bento XVI a ela, tendo mais mais de dois milhões de seguidores. Alguns autores começam a publicar algo mais profundo sobre o tema, como o Pe. Spadaro em seu livro "Twitter theology". Ao entrevistá-lo, o site italiano huffingtonpos usando o Twitter, ele afirma que a Igreja não quer fazer publicidade de um produto nem difundir ideologias, mas compartilhar uma mensagem com sentido no diálogo público. Diz também que o Evangelho é "inflamável": "Vim trazer o fogo sobre a terra; e como desejei que fosse já aceso!" (Lc 12,49).

Resta a nós, prosseguir na busca de maior compreensão desse novo ambiente que inclui jovens, adultos e crianças. Crescer na colaboração entre as gerações para a exploração e instalação da mensagem cristã nessas plataformas e, no fim das contas, avançar no velho e bom trabalho de transformação das mentes e dos corações para a formação de relacionamentos sólidos baseados no amor. Relacionamentos que formam redes de fraternidade e que, de algum modo, sejam ensaios para a plenitude do Reino de Cristo que se receberá, como verdadeira recompensa, no céu.

Pe. Rafael Vieira, CSSR

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