Fiéis Defuntos: Papa associa-se a visitas aos cemitérios
Francisco evocou ainda solenidade de Todos os Santos, recordando santidade do dia a dia
Cidade do Vaticano, 01 nov 2015 (Ecclesia) – O Papa associou-se hoje a todos os que nas próximas horas vão visitar os cemitérios, assinalando a memória dos fiéis defuntos, um gesto que Francisco também vai realizar em Roma.
“Hoje à tarde vou deslocar-me ao Cemitério del Verano, onde celebrarei a Santa Missa em sufrágio pelos defuntos. Visitando o principal cemitério de Roma, uno-me espiritualmente a todos os que nestes dias vão rezar junto dos túmulos dos seus entes queridos, em todas as partes do mundo”, declarou, após a recitação do ângelus na Praça de São Pedro.
O Papa dirigiu-se às milhares de pessoas reunidas no Vaticano, a quem deixou votos de “paz e serenidade na companhia espiritual dos santos”.
A celebração de Todos os Santos, que a Igreja assinala anualmente a 1 de novembro, foi o tema central da catequese dominical, com Francisco a evocar os que não foram canonizados os “santos da porta ao lado” que “se esforçaram por praticar o Evangelho no quotidiano da sua vida”.
“Encontramos estes santos, também nós, talvez tenhamos tido algum na família, entre amigos ou conhecidos. Devemos estar-lhes gratos e, sobretudo, devemos estar gratos a Deus que no-los deu, que os colocou ao nosso lado, como exemplos vivos”, prosseguiu.
O Papa insistiu na importância de celebrar esta santidade que não foi reconhecida oficialmente com a canonização, pela Igreja Católica, mas que é reconhecida de forma “espontânea”, quando alguém diz: “Esta pessoa é uma santa”.
“Imitar os seus gestos de amor e de misericórdia é como perpetuar a sua presença neste mundo”, observou.
Estes gestos, defendeu Francisco, são “os únicos que resistem à destruição da morte”.
No dia 1 de novembro, a Igreja celebra a solenidade litúrgica de Todos os Santos, data inicialmente adotada na Inglaterra do século VIII acabando por se generalizar progressivamente no império de Carlos Magno, tornando-se obrigatória no reino dos Francos no tempo de Luís, o Pio (835), provavelmente a pedido do Papa Gregório IV (790-844).
Segundo a tradição, em Portugal, no dia de Todos os Santos, as crianças saíam à rua e juntavam-se em pequenos grupos para pedir o ‘Pão por Deus’ de porta em porta.
Por sua vez, a ‘comemoração de todos os fiéis defuntos’, remonta ao final do primeiro milénio: foi o Abade de Cluny, Santo Odilão, quem no ano 998 determinou que em todos os mosteiros da sua Ordem se fizesse nesta data a evocação de todos os defuntos ‘desde o princípio até ao fim do mundo’.
Durante a I Guerra Mundial, o Papa Bento XV generalizou esse uso em toda a Igreja (1915).
OC
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