ARTIGO


HOUVE UM HOMEM ENVIADO POR DEUS: JOÃO
Por: » DOM HENRIQUE SOARES DA COSTA – bispo auxiliar de Aracaju-SE.
“Houve um homem enviado por Deus. Seu nome era João. Ele não era a Luz, mas veio para dar testemunho da Luz” (Jo 1,6.8).

Assim o Quarto Evangelho apresenta João Batista, João o batizador, que hoje a Igreja celebra. É notável como tão poucas palavras dizem tudo desse impressionante profeta de Deus.

“Houve um homem enviado por Deus”. João não veio por si mesmo, não veio de si mesmo. Foi enviado, é fruto de um sonho de Deus, tem uma missão neste mundo. Assim João, assim cada um de nós. Para quem não crê, o homem é fruto do acaso e a vida de uma pessoa não tem sentido transcendente. Mas, quem crê em Deus, quem vê o tempo à luz da eternidade, sabe com serena admiração que cada pessoa que vem a este mundo é fruto de um pensamento de Deus que não se repete jamais.

Cada pessoa tem uma dignidade inalienável, desde o primeiro momento da concepção; cada pessoa tem uma missão neste mundo. João teve a sua: preparar a vinda do Messias esperado por Israel. Mas eu tenho uma missão; você tem a sua, meu leitor...

“Seu nome era João”. Iohanah, em hebraico, que significa “Deus dá a graça”. Na Bíblia, o nome diz tudo, diz a sina, a missão. “João” é o menino cujo nascimento, hoje, celebramos. Efetivamente, toda a sua vida foi testemunhar a graça que Deus nos deu, a graça que é Jesus, o Messias. O nome, a vida, a palavra, a morte de João, tudo foi um, foi inteiro, coerente; tudo foi anúncio do Cristo que viria como graça invencível e definitiva de Deus para o mundo. Portanto, João foi seu nome, João sua vida, João sua pregação, João sua morte. Bendito João!

“Ele não era a Luz, mas veio para dar testemunho da Luz”. Aqui o aspecto mais característico e comovente de João: sua humildade, sua profunda consciência de quem não era e de quem era. O Batista sabia que não era o Cristo, mas seu precursor; sabia que não era a palavra, mas somente a voz que clama no deserto. De modo maduro e tranquilo aceitou viver toda a vida em função de um outro, daquele que é o filho amado, o ungido de Deus; humildemente, aceitou diminuir para que Jesus crescesse e confessou não ser digno de desatar-lhe a correia das sandálias.

Não! Definitivamente, não foi fácil sua missão. E, no entanto, com que fidelidade ele a levou a termo. Serenamente, João tinha consciência de que somente Jesus é a luz do mundo, aquela que ilumina a todos, que a todos desvela o verdadeiro e definitivo sentido da existência.

Por tudo isto, João é grande, João é exemplo, João viverá para sempre na memória e na gratidão da Igreja. Pelo que foi e pela missão cumprida e pelo exemplo que deu à Igreja, louvará e adorará para sempre a Deus cantando os louvores do homem chamado João, o Batista.

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