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Arcebispo de São Paulo lamenta distorção de jornalista no discurso do papa
"Não se deve colocar na boca dos outros, de autoridades, aquilo que gostaríamos nós de afirmar".
Arquidiocese de São Paulo
O cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, comentou episódio em que a Reuters distorceu o discurso do papa Bento XVI ao corpo diplomático credenciado junto à Santa Sé no último dia 9 de janeiro. Segundo a agência, o pontífice teria afirmado que o "casamento gay" é uma ameaça à humanidade, mas o texto original do discurso nem traz a expressão "casamento gay".
Na semana passada, um jornalista do jornal britânico The Guardian denunciou que a agência Reuters atribuiu ao papa Bento XVI uma frase sobre o "matrimônio homossexual" que ele nunca pronunciou e o converteu em alvo de furiosos ataques sem motivo em todo mundo.
O jornalista Andrew Brown revisou o discurso completo que o papa Bento XVI dirigiu ao corpo diplomático na segunda-feira de 9 de janeiro no qual o santo padre recorda a necessidade de defender a família fundada no matrimônio entre homem e mulher, mas não menciona o "matrimônio gay".
O cardeal Scherer afirmou ao jornal “O SÃO PAULO” ser lamentável que uma Agência de Notícias, como a Reuters se preste para veicular uma notícia totalmente distorcida a respeito do papa. “Os títulos, muitas vezes, acabam fazendo a notícia, mesmo se a matéria não confere com o título. Isso é falta de ética na Comunicação. Eu esperaria um bom pedido de desculpas público da parte da Reuters” – afirma.
Dom Odilo também reforçou que a comunicação deve primar pela verdade, sem induzir as pessoas a conhecimentos e julgamentos falsos a respeito de pessoas e suas afirmações e de fatos. “É preciso deixar de lado a tentação do sensacionalismo e de apresentar os fatos e as pessoas, com suas afirmações, através de filtros ideológicos; nem se deve colocar na boca dos outros, de autoridades, aquilo que gostaríamos nós de afirmar. Não é ético” – destaca.
Por fim, o arcebispo orientou as pessoas a se informarem bem, a não ficarem apenas com uma única informação superficial. “Melhor é sempre procurar a afirmação original, do próprio autor (...). Diante de tanta informação, pode-se ficar confuso e informado erroneamente. É preciso manter a cabeça fria e não perder o senso crítico, nem o senso da verdade e da ética” – completou.
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